segunda-feira, 30 de março de 2020

Quarentena: Qual é a hora certa de voltar a postar nossas festas?

Helloooooooooooooo Psicoparty, Bom dia amigos!!!! Gente, ontem foi um dia particularmente sofrido pra mim. Não sei vocês mas os sábados e domingos trancada dentro de casa são os mais desesperadores porque a nossa rotina é muito diferente nesses dias. Geralmente estamos na correria, carregando carro, descarregando, montando, desmontando, postando stories e festas lindas. Ai a gente se vê de pijama, no sofá, sem rumo... É triste pra todos nós, você não está sozinho! Por outro lado, ontem a noite fiquei muito feliz pois comecei a receber mensagens de dezenas de colegas que leram meu texto anterior: "A tortura psicológica da quarentena". Todas me agradecendo e dizendo que também se sentem na mesma situação e que de alguma forma eu consegui dar um alivio e conforto aos seus corações. Gente paaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaara tudo, nesse momento de confinamento em que estamos todos com o psicológico destruído, receber essas mensagens foi tão gratificante que vocês não fazem ideia de como também me ajudaram. É uma via de mão dupla! E eu agradeço muito à você, que leu, que me mandou mensagem, que começou a me seguir, que compartilhou o texto!!! Amigos de longas datas e novos amigos! Vocês deixaram o meu domingo muito mais alegre! Então, seguindo os conselhos e pedidos de "não pare de escrever" e "você nos representa", vai ai mais uma reflexão que imagino que também tem tirado o seu sono. Qual é a hora certa de recomeçar a postar as festas? Não sei o que você pensa a respeito mas eu me deparei com algumas situações. Alguns instas que continuaram com suas postagens normalmente como se nada estivesse acontecendo (negam o "fim do mundo"), alguns pararam totalmente como se o mundo tivesse de fato acabado ("esse entrou em pânico"), alguns que mudaram as postagens de festas por mensagens de apoio e auto ajuda (essa sou eu - sorry). Não vou comentar os demais porque não é o meu caso e eu não sou de comentar a vida alheia (tá, confesso... às vezes comento sim). Mas o que aconteceu na minha cabeça? Você já vivenciou uma grande perda? Já passou pelo LUTO? Eu já, algumas vezes! Eu estava de LUTO! Pausa pra uma pequena ajuda do Google: Quais são as fases do Luto Emocional? Negação. Esse momento é marcado pela dificuldade em acreditar que o fato realmente aconteceu. ... Raiva. ... Negociação. ... Depressão. ... Aceitação. ... Não se culpe. ... Adapte-se à nova rotina. ... Desenvolva sua Inteligência Emocional. Eu hoje posso te dizer que estou me adaptando a nova rotina... e você? Não tinha como eu pular as etapas anteriores porque o meu trabalho é visceral, é emocional... não represento uma multinacional cheia de padrões a serem replicados, não sigo receita pronta. Então eu precisei de fato seguir cada uma das etapas do luto pra digerir melhor tudo isso e entender como isso está afetando diretamente a minha vida e o meu futuro. E paralelamente eu não queria "envolver" minhas clientes nesse momento tão pesado, tão triste... não achava justo postar uma festa linda quando meu coração estava tão dilacerado pelas outras mães que precisaram adiar seus sonhos. A sensação que eu tinha era que estaria mostrando picanha pra cachorro faminto (posso trocar o cachorro pelo meu marido que está a poucos passos de fazer uma churrasqueira no vaso da varanda). Você me entende? É como consolar a melhor amiga que acabou de tomar um pé na bunda mostrando a foto do crush que você conheceu hoje no Tinder. Porque quando a gente está sofrendo a gente não quer ninguém esfregando a felicidade na nossa cara! Quer? Mas na verdade o que vejo hoje é que não é só o meu cliente que precisa estar pronto pra ver, sou eu que preciso estar pronta pra mostrar!!! Porque nós temos sim muito medo dos prejulgamentos e da postura que a "nossa empresa" adota mas nosso maior inimigo somos nós mesmos, é a nossa consciência! Então hoje eu acordei com esse pensamento. Que é hora de recomeçar, voltar a minha rotina de postagens e levar um pouco de alegria e esperança pras minhas clientes que estão esperando para realizar seus sonhos assim que tudo se normalizar. Porque sim, vai normalizar e quando isso acontecer eu quero estar com a minha vida emocional e profissional em dia, sem ressentimentos e nem arrependimentos. Ah entendi Mary, então tá liberado postar fotos de festas a partir de hoje? Não... Escute o seu coração, faça o que ele te mandar fazer, sofra tudo que tiver que sofrer, chore e reflita! Tenho certeza que quando você estiver pronta(o) você vai sentir e colocar pra fora todo amor que você tem aí guardado no peito! Hoje minha tarefa é ser feliz, é fazer as minhas clientes felizes e espalhar o vírus do bem!!! Quando você achar que chegou sua hora, vem comigo! Felicidade contagia! Um beijo enorme no seu coração! Com amor, Mary

sábado, 28 de março de 2020

A tortura psicológica da quarentena

Hellooooooooooo Psicoparty!!!!

Tudo bem com você? Esse papo é para os meus amigos decoradores... é um desabafo!

Eu aqui estou bem, apesar de cansada e confusa com toda essa situação. Não aguento mais lives sobre o fim do mundo e nem aquelas que te ensinam a sobreviver ao fim do mundo. E vocês?

Parece que tem tanta receita de bolo fantástica e você não tem forno em casa. Tipo: você é um zero a esquerda!

Sou só eu ou você também tem a sensação que querem colocar a culpa em você?
Tenho assistido algumas pessoas (que eu até gosto) falando coisas tão cruéis, com argumentos tão rasos... que não sei bem se eles me acalmam ou me irritam ainda mais. Vi gente falando que se você não tem reservas, você não é uma empresa de sucesso! Sangue de jesus me segura senão vou dar um soco na cara!!!!!!!!!!!! Que empresa tem reserva pra se manter fechada meses???? O comércio tá quebrando parado apenas alguns dias... imagina meses. Sim, porque festa não é assim não, acabou a quarentena: OBAAAAA vamos retomar nossas agendas de onde paramos! Nosso setor foi o primeiro a sentir o baque e será o ultimo a sair do problema! As pessoas precisam se sentir seguras pra dar uma festa, não é como comer uma pizza no restaurante da esquina.

Como vocês que acompanham aqui no blog bem sabem eu já estou nesse mercado faz mais de 20 anos. Eu, a frente da empresa, desde 2000... Nestes anos eu já passei por tanta coisa (mudou moeda, congelaram a poupança, teve marolinha, crises e mais crises, guerras políticas, greve de polícia, alagamentos, greve de caminhoneiro, já fomos atropelados em plena carga, já fomos assaltados em plena montagem, já tive que chamar Samu no meio do dia, já nasceram muitos bebês e já enterrei entes queridos em dia de festa ... já tive que me reinventar tantas vezes...
Então eu me sinto no direito de te confortar nesse momento: a culpa não é sua!

Quem te vende curso dizendo que vai te "ensinar" a sobreviver e destacar no (novo) mercado, mente! Eles também não tem as respostas. Não acho que mentem por mal não (será?).... acho que a palavra certa seria "se iludem".

Sempre me fiz a mesma pergunta, acompanha meu raciocínio: se a receita fosse perfeita, teríamos em cada cidade, 30 decoradoras fodas, pois todas fazemos os mesmos cursos. Ou não? Tá!!! Aqui você pode me corrigir e dizer que tem muita gente que faz o curso mas não aplica o que aprendeu. Ponto pros cursos?!? Zero pra nós, que além de nos sentir culpadas, agora teremos que nos sentir burras.


Nos cursos agora a solução da vez é o mercado on line! Venda on line, faça mini kits... uai gente mas não foi outro dia que falaram que o mercado de eventos estava horrível justamente por conta dos "pegue e monte"? Agora vamos criar o "levo e monto". É isso mesmo? Imagina a seguinte situação: sabe aquela galera que lota grupos de festeiros? Imagina essa galera toda fazendo "levo e monto"? Se antes já tinha colegas vendendo o almoço pra comprar a janta, como será agora? Eu ouso tentar adivinhar que será um "levo, monto e janto na sua casa". Salve-se quem puder! Também podemos focar em dar mais cursos on line. O que acham? Bora criar mais 30 decoradoras fodas em cada cidade?
Tô te falando pra não fazer cursos? Não! De jeito nenhum. Quem sabe até eu comece a dar cursos kkkkkkkkkkkkkk Faça sim!!!! Tire o que de melhor você puder de cada um deles (porque tem gente muito boa nesse mercado). Mas se lá no final um vírus do capeta te pegar pela reta... não acredite que a culpa é sua. Porque não é!!!!

Acho que tá faltando humanidade! Piedade! Empatia!!!! É se colocar na situação do outro e assumir a sua parcela de culpa! Porque agora tem uma renca de decoradora com lhama em casa e não sabe o que faz com aquela porcaria!!! Porque somos "ensinadas" a investir, seguir tendência, estar atualizada! Ninguém me falou que eu precisava ter caixa pra sobreviver sem trabalhar 1, 2, 3 meses... Te ensinaram? Não estamos falando em capital de giro não... estamos falando em calamidade pública, recessão... E você sabe porque ninguém te contou isso? Porque isso espanta a clientela!Porque a grande maioria das novas decoradoras mal tem grana pra comprar um cilindro... parcela painel sublimado em 5x, compra curso on line parcelado no cartão do marido... Se a galera fala a real nos cursos, não teria alunos. Porque pra trabalhar com festas numa economia maluca que nem a nossa ou você precisa ter um bom capital pra investir (e tome lhama......) ou um bom capital pra te cobrir se necessário ou muita sorte! No nosso mercado, segurança não existe! Tem gente que começa do zero e tem sucesso? Sim, essas pessoas existem... mas o que eu vejo ai no mercado não é bem isso não... Eu posso te dizer que a minha empresa começou do zero, sem capital, com esforço de pessoas da mesma família, pelo pão nosso de cada dia... nós crescemos com nosso próprio suor, encolhemos quando entendemos que era necessário e estamos aqui até hoje... Pode ter sido sorte... sim, pode! Mas eram outros tempos!

Tá Mary, entendi. Mas o que você quer dizer com tudo isso? Eu quero só te dizer que você pode chorar, pode ficar puta da vida, pode se desesperar... pode tudo que você quiser!!!! Mas precisa arrumar forças (não sei de onde - e se você souber me conta) pra quando tudo acabar (sim, porque tudo acaba): RECOMEÇAR!!!! Porque pelo menos eu não penso em desistir, e você?

Não tô nem te dizendo que é pra você recomeçar com festas não, porque nosso mercado certamente será um dos mais devastados...(vai ser difícil vender as lhamas) é pra recomeçar a vida mesmo! Seja vendendo pastel de vento na feira, seja retomando os estudos pra buscar outros caminhos, seja buscando um emprego formal sabe-se lá onde... porque a gente precisará sobreviver.

Eu aqui pretendo mais uma vez recomeçar, aprender alguma coisa boa com essa situação toda. Esse tsunami que tá passando por cima das nossas vidas (e vai deixar um rastro de destruição pra traz)! Porque de cada experiência ainda que péssima, a gente sempre consegue tirar algo de bom...

Nas redes sociais todos os dias já enfrentamos um dilema muito sério... que são as pessoas jogando umas nas caras das outras as suas vidas maravilhosas, seus corpos sarados e seus filhos perfeitos... com essa quarentena a coisa parece que tomou uma proporção ainda pior! É como se a sua vizinha estivesse na quarentena em um resort de luxo (de férias) e você ai cheia de incertezas e dívidas, comendo bife de fígado e Baré Cola.
E na verdade, acredite, ter bife de fígado na mesa nesse momento é um privilégio. Porque tem muita gente que não terá nem isso!

terça-feira, 24 de março de 2020

Eu voltei!!!!

Helloooooooooooooooooo Psicoparty,

Olha eu aqui outra vez!!!!

Conforme anunciei hoje no Instagram vou reativar este espaço porque minha cabeça está fervendo e a vontade de escrever está maior do que o medo de pegar Corona-Vírus (falo por mim, em nenhum momento não temo pela minha mãe, tias, tios, pacientes em tratamento, pessoas vulneráveis, etc).

Nesse momento de aflição que estamos vivendo, de dúvidas e incertezas, é natural sentir medo, mas se eu deixar o pânico tomar conta de mim, os estragos serão maiores ainda. O medo é uma estratégia do cérebro para preservar o organismo. Ele acende um alerta dizendo: pare!!!! Mas se eu deixar que ele seja maior do que a minha vontade de viver, de reagir e de produzir vou ficar doente (e não será de corona).

Então queridossssssss, estou aqui de volta. Pra conversar com você! 
Entenda que aqui não falo como Sonho de Criança, falo como Mary. É a minha opinião sobre a vida, minhas angustias, minhas conquistas e também, minhas festas.

Então se você quer vir comigo, puxa uma cadeira porque hoje vou falar sobre a minha fé! Sim, ela move montanhas e eu vou te contar como eu descobri isso!!!

* Eu tenho fé!

Em agosto de 2008 meu pai foi diagnosticado com câncer de intestino com metástase no fígado e nos pulmões. 

Além de pai e melhor amigo, ele era parte visceral na Sonho de Criança. Começou a químio pra reduzir o tumor primário e em meados de dezembro fez a primeiro cirurgia, para extrair o pulmão primário no intestino. Lembro que fiquei muito brava com a data escolhida, porque provavelmente ele ainda estaria hospitalizado no dia do meu aniversário, que é 19 de dezembro e corria o risco de adentrar as festas de final de ano ainda no hospital.

Pois bem, ele operou e seguia em recuperação. 

No dia 19 (meu niver) passei o dia com ele no hospital e a noite sem clima de festa fui triste comer uma pizza com poucos amigos. Nesse dia eu achava que minha vida estava uma Me... 

No dia 20 ele piorou muito durante a madrugada, tinha dificuldade pra respirar e acabou sendo transferido às pressas para a UTI, entubado e sedado. Meu pai tinha recém completado 58 anos em novembro. 

Na visita à UTI no dia seguinte um médico muito tranquilo me explicou que meu pai tinha pneumonia e não sabia como isso não foi visto nas radiografias diárias que ele fez no pós operatório. Era um quadro muito grave. Não sei (e espero que não) se você tem “experiência” em UTI, mas a cada visita você geralmente conversa com um médico diferente, o que nos deixa ainda mais inseguros e apreensivos... e então no dia seguinte uma médica muito realista e nada otimista me deu a notícia em pé, na porta do “box”: "Seu pai está muito grave (gravíssimo ela repetia sem parar) ele tem Sara (síndrome da angústia respiratória aguda), estamos fazendo o possível, vai pra casa e reza." 

Eu sai do hospital sem chão, dei a notícia pra minha mãe e ela muito espiritualizada me disse: que fosse feita a vontade de Deus. Eu fiquei tão revoltada com aquilo... comecei a gritar no meio do estacionamento do Hospital Santa Rita. Que ela não sabia nada de Deus e que Ele não ia querer que o MEU PAI morresse. Falei que eu tinha fé e que ela estava deixando de acreditar que enquanto há vida, há esperança. 

Me lembro que nessa noite eu desabei, desidratei de tanto chorar e conversei com Deus. Falei pra Ele que eu não estava pronta, que devolvesse meu pai. Fiz promessa que daquele dia (21) até 21/12/99 eu não ia mais tomar nem um gole de cerveja, nem de vinho, nem de nada. Quem escuta pode achar absurdo ou até engraçado, mas quem me conhece sabe que eu adoro (mais que chocolate) e naquele momento eu queria dar pra Deus algo que ele soubesse que seria difícil pra mim (um sacrifício de verdade). Contei pra minha irmã e ela fez a mesma promessa. Mas não era uma promessa condicionada não. Tipo: se você salvar meu pai, te dou isso... (tipo uma barganha, sabe) eu tinha certeza que Ele ia intervir e a minha parte no acordo foi imediata: parei de beber daquele dia em diante. Talvez você aí lendo seja da religião A ou B e diga que eu fiz tudo errado (sorry). Mas eu, na minha maneira de falar com Deus sou assim. Ele me ouve, me acalma, me guia... do “nosso jeito”. Eu acredito que Deus está em todas as coisas, esta no por favor, no muito obrigado, em querer bem ao próximo, em ser honesto, em fazer o bem pras pessoas sem esperar nada em troca, no cuidado com um cliente, no carinho com um estranho. Eu acredito que isso é muito maior do que qualquer religião que eu escolhesse seguir e, de verdade, eu acredito em todas elas, mas não quis escolher nenhuma pra mim como "a exclusiva".

Pois bem, meu pai evoluiu muito bem nos próximos dias, saiu da sedação apesar de continuar entubado. Eu tentava conversar com ele usando uma folha com letras impressas que uma enfermeira me deu (sim, anjos existem e eles estão entre nós) e assim ficamos uns 2 dias. Ele saiu do tubo, foi melhorando... eu enchi a parede de fotos nossas, para que ele não se sentisse sozinho. desse dia que ele saiu do tubo em diante recebemos autorização para visita estendida, que é quando eles deixam que uma pessoa da família passe mais horas com o paciente. O nosso Natal foi dentro de uma UTI mas esse dia foi um dos melhores da minha vida, porque eu tive o privilégio de passar ao lado meu pai e não em um cemitério.

O que eu quero te dizer com esse textão é que tudo na vida é relativo, em pouco dias o que parecia ser "o pior" que era estar no Natal dentro de um hospital, virou "o melhor" porque meu pai estava se recuperando e eu tinha a esperança de trazê-lo pra casa. Entende a diferença?

Da UTI papai foi transferido para o quarto e passamos também a virada de 98/99 dentro do hospital. Ele super de bom humor, fazendo palhaçada com todas as enfermeiras e médicos (acho que ele era o paciente preferido do hospital). Fomos pra casa em Janeiro e ele continuou a quimioretapia durante o ano todo, fez outra cirurgia no fígado, se recuperou, passamos o Natal e Ano-Novo de 99 em casa e este foi sem dúvida o melhor Natal das nossas vidas.

Durante os dois anos de tratamento contra o câncer o meu pai mudou muito, ele se permitia mais, se julgava menos, aproveitava melhor a segunda chance que ele ganhou. Se eu chamasse pra ir na esquina comer pastel ele ia, não dispensava nada, como se quisesse viver cada segundo da sua vida e eu vivia cada segundo intensamente também ao seu lado. Passamos o carnaval em uma pousada com a família toda reunida e foram dias de muita felicidade, mas a quimio tinha que continuar porque o câncer do pulmão era inoperável.

Em dezembro de 2000 papai se sentiu muito fraco (logo após uma sessão de quimioterapia) e eu fui com ele pro hospital. Fomos transferidos pro quarto de madrugada e eu passei a noite sentada do seu lado, acordada, vendo se ele estava respirando. De manhã tomamos café da manhã juntos e ele me disse que tinha muito orgulho de mim, por que eu era uma guerreira.

As enfermeiras vieram para o banho de leito e me pediram pra segurar a cabeça dele. Papai morreu ali, literalmente no meu colo. Ele fechou os olhos e dormiu.

Elas assim que viram chamaram imediatamente a equipe da UTI que chegou em minutos e ressuscitaram ele, colocaram no respirador e ele foi mais uma vez para a UTI.

Eu sentei no corredor sozinha e chorei. Dessa vez eu conversei com Deus.. mas pedi que ele me desse forças. Que Ele ficasse ao meu lado e me amparasse. Porque a dor era tão grande que eu não conseguia sequer respirar. Uma enfermeira sentou do meu lado e me abraçou. Sim, anjos existem (eu conheço vários). 

Pra mim meu pai morreu naquele dia e o que aconteceu depois foram apenas os médicos tentando manter seu corpo funcionando. Como esperado pelos médicos, ele teve uma parada respiratória no diaa 18/12 às 23h. O enterro foi no dia seguinte, no dia do meu aniversário, 19/12/20.

Eu sou grata eternamente à Deus por ter atendido o meu pedido e ter permitido que eu vivesse com o meu pai os melhores 2 anos da vida dele. 

Eu vim aqui te contar essa história não pra que você tenha pena, nem pra que você chore... vim aqui te contar pra que você ACREDITE! Pra que você tenha FÉ.

Eu tenho FÉ, e Deus já me provou diversas vezes que precisamos acreditar e quando coisas horríveis acontecerem (porque coisas ruins também acontecem) Ele estará lá no nosso lado para nos dar FORÇA.

E nesse momento de medos e incertezas Ele está aqui comigo e com você!

Com amor,
Mary